sexta-feira, 17 de abril de 2015

Fuçando o Face do Moro - Tentando entender "Por que PT"

Fui dar uma fuçada no "face" do cidadão Moro, tentando compreender melhor a maneira de pensar, o contexto social e cultural deste magistrado que tem hoje um papel tão importante nas decisões que afetam o país.

Posso dizer com certeza que era o "face" do Moro, pois um fake não teria entre os amigos a esposa, o irmão, etc.

Em primeiro lugar se destacou a constatação óbvia de que o rapaz é um legítimo representante da elite branca (só encontrei um pardo entre seus amigos, um advogado).

Ao que parece é uma pessoa que na vida pessoal pensa como qualquer coxinha, que tem ódio ao PT. Mas no caso dele isto não podia ficar muito evidente, portanto, saí dando uma olhada no "face" dos seus amigos.

A grande maioria é de pessoas que fazem aquelas postagens boçais contra o PT.
Um deles fez a seguinte declaração: "Mais um petista no STF. Estamos ferrados mesmo." Sobre a entrada do novo ministro do STF escolhido por Dilma.

Pode-se dizer que um homem não é seus amigos. Mas eu gostaria de frisar aquele ditado: "Diga-me com quem andas e eu te direi quem és".

É realmente inevitável que um representante da elite branca seja amigo de pessoas que também a representam. Seus amigos, juízes, desembargadores, são em maioria absoluta, membros ou simpatizantes dos partidos de direita. Um deles é inclusive um juiz candidato a deputado federal pelo democratas, Alexandre Martins de Castro.

Não resistindo, fui ao "Face" da esposa, Rosângela Wolff Moro. As postagens começavam com um aviso aos twitteiros, de que ela não é representante do PSDB. Segundo a mesma, nestas palavras:

"Atenção tuiteiros. Não sou, nunca fui advogada de partido político algum, seja do pt, psdb, pdt, pqp. Tampouco sou filiada a partido político. Não sou, nunca fui advogada de qualquer político. Fui, em meados de 2009-2010, advogada da uma massa falida na área trabalhista, cujos síndicos, aliás, me passaram o calote, nunca pagaram os honorários, razão pela qual pedi renúncia em TODOS os processos."

Precisamos averiguar, para que não estejamos a divulgar inverdades sobre sua ligação com o PSDB pois, segundo minhas informações a
senhora Moro é assessora jurídica de Flávio José Arns, Vice do Governador do Paraná, Beto Richa (PSDB).

A finalidade de fazer essa pesquisa não foi mera bisbilhotagem. Foi pela necessidade de um cidadão brasileiro conhecer melhor aquele que julga os fatos públicos.

Disse Jesus: "Não julgueis para não serdes julgados". Ora, se a pessoa em questão é um juiz, é um dever dos cidadãos de bem, julgá-lo, para conhecer suas motivações.

Talvez até ele não seja conscientemente mal intencionado. É apenas alguém que representa uma determinada classe social, e instintivamente age no sentido de preservá-la.

É só se perguntar como pensam as pessoas da elite neste país, e saber que o casal Moro é inegavelmente dessa classe conhecida como Média Alta.

São daquelas pessoas que participam do Lions Club, que gostam de uma vida sofisticada.
Essas pessoas não gostam de se misturar com os pobres. Eles gostam de se preservar, de viver uma vida de glamour. Nunca iriam gostar de um partido que faz inchar sua classe, com a entrada em massa daqueles que vieram de classes inferiores.

Por exemplo, um magistrado da corte do rei Napoleão, sempre haveria de julgar de acordo com os padrões de avaliação dos membros da corte. Esta tendência seria inevitável para alguém que representa os membros da nobreza.

Assim é também que o juiz Moro, e muitos outros juízes, têm uma tendência de se comportar como pessoas acima da média, membros de uma corporação que seria a expressão da "nobreza", numa sociedade como a nossa, mantendo o Status Quo de pessoas proeminentes, e atuando contra os partidos que representam a "ralé".

A elite é uma doença social.

Ela se comporta sempre no sentido de dificultar o acesso das classes inferiores ao seu status, pois caso contrário não poderão continuar se orgulhando de ser elite. Não poderão mais se considerar "superiores" caso ocorra uma inversão da pirâmide social.

Vejamos, por exemplo: Por que o Juiz Moro e esposa se sentem tão honrados com a homenagem da Globo Golpista? Porque isto significa o acesso a uma elite em particular: A dos ricos e famosos.
Por que a maioria dos atores globais é contra o PT? Pois eles se sentem legítimos representantes dessa categoria especial da sociedade, e a democratização social proposta pelo PT ameaça esse status.


Quando a elite branca vai às ruas, não se vê cartazes pedindo a condenação dos corruptos ditos "de elite". Ninguém vê a elite branca bradando contra Aécio Neves, Ronaldo Caiado ou Agripino Maia. Pois no seu imaginário essas pessoas são pertencentes à sua classe social.

Para esses, todos os que fazem parte do PT, corruptos ou não, são inimigos de classe, e por isto merecem o seu ódio.

Para a elite, os representantes do PSDB ou DEM, não são ameaças à classe, e portanto merecem o seu perdão, mesmo sendo corruptos.

É tudo um jogo muito complexo que envolve o inconsciente coletivo.

Já fui representante de uma determinada elite, e vi o que aconteceu quando saí, por vontade própria, da categoria à qual pertencia. Todos se afastaram. Nenhum dos "amigos" daquela época voltou a me procurar.

A elitização é um processo que não passa exatamente por uma escolha consciente, na maioria dos casos.

É instinto.

Existe um ditado popular que bem esclarece isto: CADA MACACO NO SEU GALHO.

Pelo bem da evolução da nossa civilização é necessário vencer os instintos, substituindo-os por concepções mais elevadas do pensamento, e da moral.

Pessoas instintivas têm pouco apreço pela avaliação de todos os aspectos da realidade. Assim é o comportamento da elite.

Se formos observar bem, veremos que o macho alfa nunca vai querer que os outros machos cheguem aos galhos mais altos. Existem nichos sociais entre os símios, que são perfeitamente identificáveis no padrão de comportamento dos primatas humanos.

Segundo pude ler em um artigo sobre o Juiz Moro, o jornalista em questão o identificava como um verdadeiro "macho alfa", daqueles que se impõem pela capacidade de liderança.

É por este comportamento simiesco das elites, que o Juiz Joaquim Barbosa, por exemplo, (e é preciso destacar que não há aqui nenhuma referência racista), mesmo tendo ele advindo de uma classe social inferior, ao se alçar à posição de Ministro do STF, tornou-se absoluto e arrogante, tendo até agredido um jornalista, um advogado, e toda a "corja do PT", por causa de "tudo isto que está aí".

Nas manifestações da elite branca era possível observar, por exemplo, que o nível de politização era muito precário, destacando-se um ódio cego contra os representantes dos trabalhadores.

Dessa forma podemos chegar à conclusão de que o que se passa em nosso país, atualmente, essa polarização de opiniões, não é decorrente de um justo sentimento de indignação, caso contrário ela não seria seletiva.

O que ocorre é que as camadas mais altas da sociedade lutam contra o acesso dos mais pobres aos padrões de vida, aos ambientes, às oportunidades que eles consideram um direito exclusivo de sua condição social.

É por isto que uma pessoa como José Serra não está nem aí para a destinação da verba do PRÉ SAL para a educação, e preferia vê-lo vendido aos estadunidenses. Isto abasteceria os cofres da elite, e para pessoas assim é tudo o que importa.

Considero esta uma explicação razoável para a atitude de Sérgio Moro em relação ao PT, torcendo para que não seja algo pior.