sexta-feira, 22 de abril de 2016

O GOLPE É O ANTIPETISMO

O exercício do abuso do poder.

Só um inocente não percebe que o PT vem sendo perseguido por vários setores da sociedade há muito tempo.

O julgamento do mensalão foi o primeiro movimento de uma série de ataques que as instituições brasileiras desferiram contra o partido que ousou desequilibrar as forças que mantinham os pobres fora das decisões políticas do país.

Mas de fato tudo começou com a campanha midiática, que sistematicamente recusava-se a admitir a ação da classe trabalhadora no contexto da política nacional.

Se não fosse assim, por que a Globo teria se dado ao trabalho de ludibriar a população quando da campanha presidencial de 1989, que levou Collor ao poder?

É que a Globo já estava atuando em suas práticas golpistas, para garantir que um partido não comprometido com suas pautas chegasse ao poder.

Mas, pela força do povo e da persistência de Lula, a oportunidade chegou nas eleições de 2002, onde finalmente o PT ascendeu ao poder.

A partir de então, muitas engrenagens entraram em ação para combater o partido que priorizava a luta por mais direitos, por melhor distribuição de renda.

José Dirceu, então chefe da casa civil, começou dizendo a que veio ao moralizar a verba destinada à publicidade, garantindo que fosse repartida de forma mais equitativa entre a globo e outros veículos de comunicação. A partir daí tornou-se seu inimigo número 1.

A editora Abril também assumiu a indisfarçável aversão a Lula e demais petistas, quando José Dirceu impediu que a mesma fosse responsável pela edição de todos os livros didáticos fabricados no país, exigindo que fossem feitas licitações.

Estava decretada a guerra midiática cujo objetivo essencial era queimar o Partido dos Trabalhadores.

Em 2005, o judiciário entrou na receita para a desmoralização do PT, quando começou o processo do "mensalão", que na verdade era uma armação para incriminar o partido num esquema de corrupção que nunca existiu, dentro dos moldes que passaram a ser conhecidos pela população com apoio do bombardeio midiático e falsas interpretações de "desvio de dinheiro público", que na verdade nunca foram provadas. 

A vergonha desceu sobre o poder judiciário quando petistas foram presos sem provas, criando um vergonhoso precedente, que nega a base da justiça moderna, o princípio "IN DUBIO PRO REU". José Dirceu começaria então a viver o seu calvário de bode expiatório de tudo de negativo que se queria impor ao partido dos trabalhadores, assim como José Genoíno, Delúbio Soares e Henrique Pizzolato. 
Este último chegou a fugir para a Itália em uma vã tentativa de se eximir de uma prisão injusta. O mesmo havia apresentado um completo dossiê, provando sua inocência, mas isto não veio ao caso para o vociferante juiz Joaquim Barbosa, empenhado em destroçar o PT, acusando o partido de "quadrilha" e "organização criminosa".

É famoso também o inquérito 2474 da polícia federal, que provava a inexistência do mensalão, mas foi covardemente engavetado pelo ministro Joaquim Barbosa, não permitindo que essas informações fossem utilizadas na ação penal 470.

Depois de julgada a ação contra o Partido dos Trabalhadores, grande parte da população, que já vinha sendo convenientemente bombardeada, diariamente, pelos veículos de comunicação alinhados com a plutocracia, passou a encarar o PT como um partido de corruptos.

A semente do ódio já estava plantada. 

Mesmo assim, graças às suas políticas sociais, o PT se mantém no poder, com a reeleição de Lula para presidente no ano de 2006.

A expectativa da mídia corporativa ficaria desta maneira frustrada. Seria preciso algo mais forte, mais impactante para minar a aceitação do partido pela opinião pública. 

Só em 2009 a mídia veria suas expectativas aumentarem com o início da operação Lava Jato, pela polícia federal. 

A mídia então, em particular a Rede Globo, mexeu seus pauzinhos para se tornar protagonista da operação, utilizando de seu maquiavelismo para premiar o juiz Sérgio Moro, iniciando assim uma parceria que deveria arrastar definitivamante o nome do PT na lama da corrupção. 

É preciso que se diga aqui que não estamos com este texto a defender corruptos, mas sim tentando demonstrar que a criminalização do PT se deve a uma narrativa montada para alcançar um determinado objetivo. 

Se corruptos existiram a se beneficiar com esquemas de propina, ficou recentemente provado, com a lista da Odebrecht, que eles estariam infiltrados em todos os partidos e não apenas no PT como a Globo, o juiz Moro, os procuradores da força tarefa da Lava Jato e setores da Polícia Federal estavam empenhados em demonstrar.
A prova disso é a recusa da operação Lava Jato em investigar qualquer indício de corrupção nos anos que antecederam o mandato de Luiz Inácio Lula da Silva.

Também os membros de outros partidos nunca eram detidos em prisões temporárias ou preventivas, enquanto até a cunhada do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, foi presa injustamente, sob falsas alegações, vindo a ser liberada pelo juiz Moro, sem sequer um pedido de desculpas, quando constatado o equívoco.

Isso é tão notório que a blindagem aos membros do PSDB se tornou piada na internet, com a alegação de que se alguém quer se envolver em corrupção e nunca ser detido, é só se filiar ao PSDB.

Enquanto isso o ódio plantado e implantado na mente de grande parte da população brasileira começou a dar mostras de estar firmemente enraizado. Casos de intolerância a membros do PT começaram a se multiplicar pelo país afora. 

Mas o interessante é que todo esse ódio não foi suficiente para impedir que Lula elegesse sua sucessora em outubro de 2009, e Dilma Roussef deu seguimento às políticas sociais do partido dos trabalhadores, conquistando a admiração de muitos brasileiros, e também a gratidão pelos resultados obtidos em suas vidas, que melhoraram consideravelmente, o que veio a desaguar na retumbante vitória da presidente Dilma quando de sua campanha para a reeleição em 2014.

Porém, o país estava dividido. 

Se de um lado uma multidão de pessoas beneficiadas e apoiadoras das políticas de inclusão social sempre defenderam o mandato da presidente, a outra metade, insatisfeita por não conseguir expulsar o PT da vida política nacional, passou a manifestar frequentes demonstrações de insatisfação, nas redes sociais e em panelaços, quando das inserções da presidência em rede nacional.

Também os protestos de junho de 2013 revelaram essa massa de descontentamento, o ovo da serpente, que começava a eclodir.

Nesse ínterim a operação Lava Jato foi aperfeiçoando seus métodos, utilizando da parceria com a rede Globo e revistas semanais de direita como a Veja, Isto É e Época, além dos jornais Folha de São Paulo, o Globo e estado de São Paulo o núcleo midiático que passou a atuar como um partido político conhecido como PIG, o partido da imprensa golpista.

Os vazamentos seletivos se tornaram o modus operandi do golpismo em andamento, para incitar ainda mais ódio, na tentativa de incriminar cada vez mais os políticos ligados ao PT. 

Se houve corrupção? Inegavelmente sim. O sistema político brasileiro, regido pelo financiamento empresarial de campanha, sempre foi essencialmente corrupto. O problema é que pegaram essa característica e passaram a utilizar como se isto tivesse sido inventado pelo Partido dos Trabalhadores. Sendo assim cada vez mais pessoas passaram a assimilar essa narrativa.

Quando se tem todo um conjunto de partidos cometendo as mesmas práticas ilegais de caixa 2 e se põe um único partido como o carro chefe de todas as ilegalidades, faz parecer que o partido em questão é um cancro que precisa ser exterminado. 

Se a mesma campanha tivesse sido utilizada contra o PSDB, por exemplo, certamente este partido deixaria de existir, pois o PSDB se especializou em grandes assaltos ao erário público, como no caso das privatizações, que receberam a alcunha de privataria tucana. Sem contar uma infinidade de outros casos que geram uma extensa lista de acontecimentos desvendados pelo incipiente jornalismo investigativo nacional.

Porém, o inimigo número um, para a mídia e os plutocratas em geral continuou a ser o PT. 

E isto veio empurrando a política nacional até o impasse que hoje estamos vivendo, com a ameaça de golpe deflagrada pelo condomínio midiático-judicial.

O antipetismo prossegue em sua sanha, querendo esmagar a esquerda, de um modo geral. 

Prender Lula tornou-se uma obsessão para os antipetistas. E é inegável a frustração de muitos por ainda não terem conseguido lograr qualquer tipo de prova insofismável ou emplacar uma narrativa que pudesse vir a garantir a prisão do líder do partido dos trabalhadores. A perspectiva de um retorno de Lula à presidência mexe com os nervos dos golpistas, pois os mesmos já gastaram demais sua paciência em alcançar esse objetivo. 

Aparentemente, por ver a imensa força do PT em se manter no poder, por agradar ao que é de maior interesse para o população, coisa que nenhum partido de direita está disposto a fazer, decidiram partir para o tudo ou nada. 

Os agentes do golpe se congregaram numa confluência de atores desse drama vivido atualmente pela política brasileira.

Uma peça chave desse paroxismo de ódio é o presidente da câmara, Eduardo Cunha, um notório corrupto que vem agindo na impunidade desde os tempos do governo Collor, um verdadeiro rato da política, com um poder acumulado pelos anos de desvio de dinheiro público, o que lhe garantiu uma considerável fortuna, cuja ponta do iceberg foi revelada com a ação de procuradores da Suíça, responsáveis por revelar a existência de contas milionárias em seu nome.

Eduardo Cunha é alguém capaz de comprar qualquer um para atingir seus objetivos.

Atualmente sua maior meta é conseguir se safar das inúmeras acusações que pesam sobre ele, dentre as quais geradas no âmbito da operação Lava Jato.

Para isto, Eduardo Cunha é capaz de tudo, inclusive deflagrar um processo de impeachment, que vem obtendo o resultado por ele desejado com a vitória de suas pretensões na câmara, onde o golpe foi aprovado.

Diante disso vemos um judiciário completamente inoperante. Incapaz de deter esse grande agressor da democracia brasileira. Esse mesmo judiciário que se mostrou tão intransigente na prisão sem provas de vários membros do partido dos trabalhadores.

Ao abusar de seus poderes, através de ações ou omissões, os representantes das instituições brasileiras, quer seja no judiciário, no legislativo, na polícia federal, na procuradoria geral da república, permitiram a deflagração do processo de golpe institucional, que tenta dar a um atentando à democracia a aparência de legalidade, sob o patrocínio dos holofotes da mídia.

Mas por mexer com o senso de justiça de nosso povo, por atacar covardemente uma presidente eleita com mais de 54 milhões de votos, por promover um ataque institucional à nossa democracia, a massa de pessoas conscientes de seus deveres, cidadãos que valorizam o bem estar social, mobilizou-se de maneira nunca vista, garantindo a luta intransigente contra o golpismo, que não queremos permitir que venha a violentar a normalidade democrática, salvaguarda da vontade popular.