Não sei se vocês perceberam, mas as situações que envolvem a política nacional atualmente têm se desenrolado como capítulos de um livro de aventuras, que se sucedem sem trégua, sempre no sentido de desestabilizar, desagregar, desvalorizar e quebrar tudo que é relacionado ao projeto de um Brasil desenvolvido, inclusivo e com solidez econômica.
Agora é a PETROBRAS.
Todos os movimentos no sentido de gerar desconfiança quanto à condução da empresa foram seguidos com firmeza espartana, pela mídia brasileira e internacional.
O plano é tornar a estatal cada dia mais fragilizada, a ponto de quebrar sua administração e dar margens para uma maior abertura aos interesses das petrolíferas estrangeiras.
Quiçá os movimentos ilícitos que nela se originaram não tiveram o dedinho de articuladores das concorrentes...
A recente queda das ações na bolsa de valores é parte de um plano muito bem orquestrado pelas grandes corporações, em sua prática de engenharia econômica global, sempre no sentido de fazer verter mais e mais lucros para a corporatocracia mundial.
Neste sentido não importa para estes manipuladores da situação econômica se o país A ou B vai entrar em crise, se as grandes empresas dos países em desenvolvimento vão entrar na bancarrota, etc. Eles querem tudo. Eles querem o mundo.
Pode-se dizer que a sede deste império é os Estados Unidos da América. Mas não propriamente o governo estadunidense, que disso tudo é um mero fantoche. Mas um conclomerado de bilionários que decidiu influenciar, manipular e reverter todo o lucro do planeta para as suas contas bancárias.
A mídia corporativa é naturalmente sua aliada, e porta voz oficial das estratégias desses conglomerados.
Então a charada é muito simples de ser morta. A mídia ataca a empresa em seu momento de crise, não por um dia ou dois, como no caso do cartel do metrô de São Paulo, mas diariamente e com profunda insistência, a tal ponto que isto enfraquece o valor da estatal perante a opinião pública mundial.
Aí entra em cena a ponta de lança dessa campanha: a empresa de classificação de risco.
Estas empresas que classificam os riscos para investimentos são na verdade um engodo que tenta manipular a vontade de quem tem dinheiro para aplicar no que eles querem, e não aplicar no que eles não querem. A prova disso é que em plena crise dos papéis podres de 2008 eles atestavam a mais alta classificação para empresas que no dia seguinte estariam quebrando (e quem pagou a conta foi o cidadão comum).
Depois disso os C.E.O's dessas empresas falidas receberam bônus, e alguns foram convidados a participar da administração do governo Obama.
Daí a PETROBRAS, cujo balanço é conferido por uma dessas empresas de avaliação de risco, recebe uma negativa da empresa em conferir o seu aval, justamente por conta das notícias de corrupção exaustivamente divulgadas pela mídia.
Resultado: As ações começam a cair vertiginosamente.
Quem não vê que isso tudo é uma orquestração realmente não se informou sobre as artimanhas do mercado financeiro contemporâneo.
Seria então o caso de o governo brasileiro mostrar que realmente defende os interesses da PETROBRAS e comprar essas ações que estão atualmente à venda a preço de banana. Isto fortaleceria a empresa e daria mostras de uma força política, de quem defende o patrimônio nacional.
Reservas para isto não nos faltam, e se faltasse sempre seria possível recorrer ao nosso aliado: o banco dos BRICS.
Está na hora de o governo começar a fazer movimentos mais claros na defesa de nossa maior estatal, promessa de lucros que irão alavancar a qualidade da educação e da saúde em nosso país. Não podemos permitir que os movimentos do poder exercido pelos grupos mais ricos, a plutocracia, venha a fazer naufragar os nossos sonhos e esperanças quanto ao nosso precioso pré-sal.