O sentimento de impunidade que vem acompanhando a percepção da maioria dos brasileiros, sempre foi a impressão de que pessoas poderosas, com grande influência junto à administração pública, nunca eram alcançadas pelo braço da lei, nunca eram expostas nos noticiários, sendo levadas em algemas para alguma carceragem...
Com o fim do aparelhamento do estado, no campo do judiciário, que teve início com os governos do PT, depois da famosa frase "doa a quem doer", os membros do poder judiciário se sentiram à vontade para dar seguimento a ações que alcançam políticos de destaque, levando-os à prisão.
Será mesmo?
Para quem acompanha essa situação caótica que se tornou a operação Lava-jato, e antes disso o julgamento da AP 470 vulgo mensalão, não é bem isso que se percebe.
O que se vê é uma dobradinha entre a mídia e o judiciário, onde os membros desse poder público se comportam como cães de guarda de uma imprensa que realmente odeia o PT e acoberta as ações de suas preferências políticas, invariavelmente políticos de direita.
O verniz de imparcialidade da mídia é visível em casos como a Privataria Tucana, o Propinoduto do Tucanato Paulista, o aeroporto do titio de Aécio, etc, onde a informação é repassada, mas não gera um acompanhamento obsessivo como acontece quando se trata de um caso envolvendo os representantes do PT.
Esse truculento bombardeio midiático é tal que chega a moldar a opinião pública de acordo com seus interesses, principalmente com a ajuda do judiciário que de certo modo serve para conferir autenticidade ao movimento de perseguição contra o partido dos trabalhadores.
Quando o governo de FHC cometia os maiores desatinos de uma administração, a receita para os aliados da mídia era a mesma da atualidade: INFORMAÇÃO SEM PROFUNDIDADE.
No caso do PT, para conferir aprofundamento à extensão das denúncias, até mesmo ilações, factoides e outras covardias são aproveitadas, para não deixar nenhuma lacuna na campanha difamatória.
Os seres conscientes, apoiadores dos partidos que combatem a desigualdade social, estão sentindo um grande desconforto, constatando a sequência de fatos depreciativos para a imagem da esquerda, como a prisão de antigos baluartes dessa luta, mas sem poder eventualmente comemorar a derrocada de seus opositores.
Assim a oposição, saturada de corruptos, cresce com esta situação.
Os corruptos da direita passam a arrotar integridade que nunca possuíram e dançam sobre o corpo ferido dos seus adversários. Sentindo-se imunes à lei.
Em se tratando da direita, quando muito é algum peixe pequeno de alguma prefeitura do interior que é investigado e punido, mas os seus medalhões prosseguem inatingíveis.
A situação está ficando caricatural.
Se na vida tudo há em dois, havendo noite, para a alegria da manhã...
Havendo o NÃO, para dar equilíbrio ao SIM,
A dor, para justificar o prazer...
Como é possível ter o sentimento de equilíbrio, se só representantes da esquerda são queimados na fogueira, enquanto os direitistas mais proeminentes seguem como deuses do Olimpo?