sexta-feira, 28 de agosto de 2015

A DELAÇÃO PREMIADA E OS FUROS NA BLINDAGEM DE AÉCIO NEVES

Aquilo que é tido como verdade muitas vezes é algo que passou muito tempo sendo repetido em forma de rumores.

Para toda verdade que vem à tona sempre há os indícios que vão surgindo sorrateiramente, e no caso de Aécio Neves, estes indícios são um verdadeiro rosário de assuntos muito mal explicados.

Quem é de Minas já estava acostumado com esses rumores do envolvimento de Aécio Neves com escândalos há mais tempo do que a maioria dos brasileiros.

Dado a farras estratosféricas, Aécio Neves, que entrou na justiça para que seu nome não fosse associado à palavra "cocaína" no site de pesquisas Google, foi o mesmo que deu entrada mais de uma vez no hospital Mater Dei, em Belo Horizonte, com suspeita de overdose.

Nenhum dos médicos e assistentes ligados ao acontecimento quis falar sobre o assunto.

A política de abafar todos os mal feitos do ex-governador tornou-se uma operação de guerra muito bem montada pelo Ministério Público mineiro, e todos os jornalistas dos grandes jornalões e emissoras da capital. 

Aliás, jornalista que quisesse sair falando sobre qualquer desvio de conduta de Aécio, acabava ameaçado, demitido ou preso.

A mídia conservadora, com sua predileção mais que suspeita pelo PSDB, sempre se esmerou em desviar o foco da atenção sobre todas as eventualidades que associavam Neves à má conduta, tanto na vida pessoal quanto administrativa.

Não é preciso ser um gênio da investigação para se defrontar com práticas pouco ortodoxas, ou que simplesmente "cheiram" a corrupção, durante a gestão tucana em Minas.

Durante a campanha para presidente, eu como militante do partido dos trabalhadores, interessei-me por um aspecto que talvez poucos tenham parado para refletir, no contexto da contratação de serviços em Minas Gerais.

Era o momento em que vinha à tona o escândalo da construção de um aeroporto nas terras da família Neves. 

Ao pesquisar sobre a licitação do referido aeroporto, constatei que os valores referentes à prestação do serviço eram todos muito parecidos em relação a todas as empreiteiras, e portanto decidi investigar outras licitações para obras públicas em Minas na mesma época. 

http://www.deop.mg.gov.br/editais.asp?id=328

A proximidade dos valores se repetia em todas as licitações, o que sugere algum tipo de acordo ou "CLUBE DE EMPREITEIRAS" atuando nas licitações do estado. 

Era comum a prática em que uma das construtoras era desclassificada por não preeencher requisitos técnicos, e aparecia uma espécie de rodízio, em relação às concorrentes. 

Mas sou apenas um blogueiro, e não um agente do MPF, para me aprofundar sobre estes assuntos.

Há fatos mais consistentes, com indícios mais robustos sobre a criminalidade envolvendo a alta corte mineira, como a não investigação do helicóptero com 450 kg de cocaína, e mais recuado, a morte da modelo Cristiane Aparecida Ferreira, como queima de arquivo, ligada ao Mensalão Tucano, e nunca devidamente esclarecida.

Mensalão Tucano este que nunca foi sequer julgado.

Portanto, caros defensores da moralidade e combatentes da corrupção no Brasil, se é o caso de passar o país a limpo, é preciso começar por investigar e prender os envolvidos em todos esses esquemas tucanos, que já causaram prejuízos inestimáveis ao nosso país. Há hoje em dia um foco muito grande no PT, mas se não se revela a extensão das falcatruas tucanas, o eleitor corre o risco de se deixar enganar mais uma vez, e continuar votando nesses que são talvez uma das maiores máfias que possam ter se configurado dentro do cenário político de uma nação.

Agora, com as delações premiadas da operação Lava-jato, o nome de Aécio Neves volta aos noticiários como recebedor de propinas no esquema de Furnas.

Será que mais uma vez não vai dar em nada?