quinta-feira, 10 de março de 2016

O ÓDIO A LULA E AS MANIFESTAÇÕES DO DIA 13/03

O ÓDIO A LULA E AS MANIFESTAÇÕES DO DIA 13/03

Antigamente eu pensava: É natural, eles são de direita. São de outra orientação política...

Depois aquilo foi começando a me incomodar cada vez mais.

Primeiro porque comecei a pensar nessas pessoas que exigem não ser dado nada a pobres, nem um tostão furado. Porque o dinheiro público é dinheiro deles, e eles não querem o dinheiro deles para ser dado a pobres.

Isso me pareceu um estado de egoísmo tão inconcebível, que de indiferente, passei a ficar muito incomodado com  essa atitude

Depois, porque ao meu escolhido presidente Lula, eles começaram a atirar "paus e pedras", mesmo na época em que ele estava a fazer o melhor governo que este país já viu em todos os tempos, que encantou o mundo e serviu de exemplo, fez até Barack Obama apontá-lo e dizer: Esse é o cara.

Esses que o odiaram, não foi porque ele tenha feito um mal governo. Pelo contrário, eles tiveram bons empregos, prosperaram, salários aumentaram, a frota de carros no país deu um salto de qualidade surpreendente, e de repente nas ruas só se via carros ultramodernos, de marcas importadas, que não se via nos tempos de Sarney, Collor ou FHC. Com Lula a indústria de automóveis teve um avanço extraordinário, pois de repente muitos que antes eram pobres demais, conseguiram uma melhora na renda, e passaram a dispor de boas condições de crédito, que os ajudaram a adquirir exatamente aquele modelo de carro da marca internacional, com aquele design sensacional que a pessoa tanto queria. 

Na verdade, os que já dispunham de renda considerável passaram a odiar Lula porque ele inventou de querer dar dinheiro para pobres, e isso ele não deveria ter feito, na concepção estranha dessas pessoas.

Eu sei muito bem o que é isso.
Já fui de outra classe social.

Era concursado da Caixa Econômica Federal e decidi largar o emprego, que para mim era um tédio insuportável.

Depois que saí de minha condição de concursado, todos aqueles que naqueles tempos eram meus amigos, passaram a me olhar de um modo estranho, e se afastaram.

Fui entendendo então que a classe social cria um inexplicável fosso. Uma condição de separação entre os mundos econômicos distintos, essa é a maneira como funciona uma parte da mente social.

Lula fez furos na membrana que separava confortavelmente as classes A e B, das classes "inferiores".
Essa confusão que se criou dentro deles, essa pergunta que se faziam no banheiro: "qual a minha classe social?" Perturbou esses seres egocêntricos de tal maneira, que eles passaram a tacar o pau no Lula, no PT, e posteriormente na Dilma, com um desejo intrigante, de fazer retornar o governo para a mão daqueles que não dariam dinheiro para os pobres de jeito nenhum.


Parte 2

Daí então, que em função de arrancar de lá, sob pretexto de corrupção, todos que são ou foram ligados àquele ser inconveniente que inventou essa prática "inaceitável" de dar dinheiro para pobres, os direitistas começaram a fazer manifestações apoiadas pela Globo, pedindo de forma muitas vezes grotesca, a desintegração de uma abominação, de uma agremiação política que insiste em querer dar dinheiro e oportunidades para pobres.

Sim, é preciso que se repita.

E colocar em seu lugar, os corruptos amados, como Aécio Neves, que nunca dariam seu rico dinheirinho para pobres.

Eu sei que estou falando para uma parte de pessoas assim, compreendo suas limitações. 

Lembro que certa vez decidi fazer uns pequenos cartões com poesia, e vender a 10 centavos cada um. 

Era um ato de mendicância explícita, sob a poética inspiracional.

E o surpreendente era perceber, mesmo querendo trocar uma moeda de dez centavos por um cartão com uma mensagem poética, dando uma força para o caminhar do indivíduo, a relutância era enorme. Um lado, queria compreender aquilo... "como pode... Alguém fazer um cartãozinho e querer ganhar dinheiro com isso, esse cara é louco?". Quando muito davam dez centavos com olhar de contragosto. Esses eram os da direita.

Os da esquerda olhavam e comentavam. Diziam "muito bem", "que ideia original"... Contribuíam com 1, 10, 50 reais. Certa vez uma pessoa me pagou cem reais e ficou com todo o lote de cartõezinhos que eu tinha na mão. Me deu a maior força, um sorriso gentil, e foi embora. Esses eram os da esquerda.

Por isto que em qualquer tempo ou lugar, 
Em qualquer condição,
Estarei ao lado
de quem aprende a ser irmão.

Respeitem o Lula. 

Gileno Araújo
Artista Plástico e Poeta