sexta-feira, 13 de março de 2015

DILMA E A BATALHA DA COMUNICAÇÃO

Diante de um quadro conjuntural de elevada complexidade, a população brasileira vem sendo vítima de um golpe de opinião, capaz de desestabilizar a imagem de qualquer partido ou pessoa. Mostrando tudo que há de negativo, sem o contraponto das boas providências, tomadas pelos que são perseguidos, exalta-se uma condenação midiática, onde o envolvido é culpado, só porque seu nome foi citado, e seu inquérito não foi arquivado.

A intenção é derrubar o governo.

E eles, que têm a mídia, mandam e desmandam no pensamento geral, porque o governo não providenciou para que uma televisão estatal de qualidade transmitisse a outra face dos fatos. Ao não investir em um canal de televisão que repassasse informações de interesse público, com uma dinâmica abrangente e atual, o governo deixou que seus inimigos lhe tirassem a pele em finas camadas, uma fração a cada noticiário, até que hoje a epiderme que recobre a imagem do governo está tão fina, que os nervos aparecem à flor da pele, e a inflamação dos tecidos já se faz sentir.

Querem mobilizar multidões com o intuito de protestar contra o governo, e fazer uma cobertura completa, golpista, com horas e horas de grade derrubada, para mostrar a "indignação do povo na rua".
Uma indignação costurada com as finas linhas da repetição, numa postura Goebels de lavagem cerebral, que o governo não deu contraponto. Não se preveniu. Acreditou que sempre e a toda hora a sua militância lhe bastaria. Vai perdendo a batalha da comunicação. Dilma não fez muitos pronunciamentos, com medo da exposição, ou por preguiça. Isto nunca iremos saber. Mas o povo que a preserva quer mais de sua força, de sua liderança... Em tempos de guerra, na idade média, aumentava o ânimo dos guerreiros a aparição da rainha, para incentivar todos à luta, por seu povo, por seu país...
Dilma pede apenas paciência.
Sabe-se lá se esta foi a melhor decisão, só o tempo dirá.

Mas por falar em tempo, faz bem retroceder na história, e lembrar do período FHC, aquele que comprou a reeleição, aquele que não sofreu nenhum pedido de impeachment, mesmo tendo sido o culpado pelo PIB do Brasil hoje não ser bem maior que o atual, pois afinal foi  quem vendeu grandes reservas de minério, a preço de ninharias que não pagaram nem a dívida externa. Quem pagou a dívida externa foi o presidente Lula, quitou a dívida dos três empréstimos que FHC teve que fazer, por ter quebrado o Brasil. Pois o referido ex-presidente, mesmo tendo vendido tudo que foi possível, ainda entregou o país endividado. Mas a parte deles já tinha ido parar no exterior.

É desse governo que precisamos lembrar, antes de atacar a presidente Dilma, que providenciou o bem estar do povo, garantiu renda e crescimento, criou até um banco nos moldes do FMI, o BRICS, e tem se mostrado competente em preservar os rumos do crescimento com distribuição de renda, pois crescimento sem distribuição de renda é só roubo e exploração. Mas ela tirou o país do mapa da fome, aumentou a classe média manipulada que hoje bate panela, e seu grande erro foi realmente não ter sido ágil em travar a batalha da comunicação. Negando assim ao povo brasileiro o direito à ampla defesa e contraditório, que aconteceria no tribunal da opinião.

Esperamos que passe a tempestade, que Dilma afinal prevaleça, para adiante ser mais hábil, na cobrança de uma constituinte para a reforma política, onde ela poderia falar sobre isto em cadeia nacional. E na promessa de um novo veículo de comunicação de massas, custeado pelo estado, e com abrangência em todo o território brasileiro. Afinal isto está previsto na constituição.