sexta-feira, 7 de agosto de 2015

A SORTE ESTÁ LANÇADA

Julio César disse essa frase no ano 49 a.C., em plena guerra civil, contra a facção conservadora do senado romano, cujo líder era Pompeu.
César postava-se vacilante, com seu exército às margens do Rubicão, rio que separava a Itália da Gália Cisalpina. Em dado momento César viu um homem muito alto, sentado próximo, pitando um pedaço de junco. 
A estranha figura arrebatou a trombeta de um soldado e, pondo-se a soprar o toque de batalha, vadeou o rio em direção à margem oposta. 
Empolgado, Júlio César anunciou: 
"Vamos avançar, e seguir para onde quer que os desígnios dos deuses e as provocações dos inimigos nos chamem." 
A visão daquele ser fantasmagórico que avançara resoluto, convocando seu exército à batalha afigurou-se a César um sinal divino. 
Competia-lhe obedecer. 
Resoluto, fez, em altas vozes, a proclamação famosa: 
– Alea jacta est! – a sorte está lançada! 
E atravessou o Rubicão, dando início a uma guerra que culminaria com seu triunfo sobre as tropas de Pompeu.

Guerra civil, era o que enfrentava a antiga Roma, quando Júlio César disse esta célebre frase.

Guerra civil é o que pode tomar conta do Brasil, caso os golpistas irresponsáveis não recuem de suas pretensões antidemocráticas.

Querem usar qualquer artifício para encerrar o último mandato de Dilma Roussef.

Existem várias frentes em ação neste consórcio golpista:

Há a frente dos deputados mequetrefes, sob a liderança de Eduardo Cunha.

Há a frente dos derrotados inconformados, que apresentam excelência no quesito Cara de Pau.

Existe a frente da Missão Lavajato, sob o firme tacão do juiz Moro e seus parceiros no MPF e na Polícia Federal, não exatamente mentindo, mas construindo a operação para adequar-se aos seus interesses golpistas.

Existe também a poderosa e implacável frente midiática, sempre eloquente na desmoralização do governo.

E por fim há a frente ampla da população manipulada (por toda a encenação coordenada dos associados no consórcio), que vai determinando uma mudança de opinião entre os indecisos, e um acirramento da raiva, em relação aos que sempre detestaram tudo que tivesse a ver com o PT. 

Essa última frente, dos zumbizados, será a que vai conferir um ar de legitimidade ao golpe, ao se deslocar para as avenidas com o fim de demonstrar seu descontentamento com a corrupção (mesmo tendo votado em políticos muitas vezes mais corruptos, e estarem dispostos a repetir essa loucura).

Pois bem, essas são as cartas que temos na mesa.

Os dados foram lançados, e seja como for o conflito ideológico já está criado.

Afinal, mesmo muitos tendo abandonado o barco, e aparentemente lamentado seu voto em Dilma, há ainda milhões que defendem seu voto com unhas e dentes, e que não vão entregar barato, caso as manobras estapafúrdias que estão se desenrolando possam vir a retirar a presidente de sua cadeira.

Isto pode desencadear situações de violência muito difíceis de serem controladas.

Isto iria paralizar todo um país por um período que não pode ser estimado, arrastando toda a economia para o buraco.

A sorte está lançada.

E queremos crer que os poderes superiores do universo, se mantêm alguma atenção para com as coisas deste mundo, ajudem a evitar esse terrível mal que pode se abater sobre nossas cabeças.

O nosso país está a mercê de indivíduos sem nenhum escrúpulo, juramentados e implantados em setores vitais para a condução dos destinos da nossa pátria.

Esses ferrenhos conservadores, entreguistas, lesa-pátrias, traidores da boa fé pública, vigaristas, estelionatários políticos precisam encontrar alguma força maior, que os faça recuar.

Quer seja o povo nas ruas defendendo o mandato constitucional da presidente, ou algum poder internacional, que venha nos acudir diante das armadilhas golpistas, colocadas à frente do nosso estado democrático.