Sempre pareceu suspeito para grande parte da sociedade uma figura com tal poder haver concedido habeas corpus misteriosos a bandidos presos sob fortes comprovações de ilícitos. Até um estuprador esse indivíduo fez o desfavor de mandar soltar, trazendo grave vergonha à Justiça, pois o energúmeno em questão aproveitou para se escafeder e foi viver sossegado lá no Paraguai ou na PQP (Não importa se foi recapturado, o importante é que o favor aconteceu.)
O nosso país vive esse embate popular, essa instabilidade política, que ameaça nossa economia. Mas algumas forças importantes da sociedade manifestaram repúdio ao golpe. E justo agora quando o Brasil vem ao que parece chegando a um acordo sobre a inviabilidade de um impeachment, vem essa cria de FHC bufando e soltando gases a solicitar que esse assunto das contas de campanha, já tratado a fundo pelo TSE, seja tendenciosamente reaberto, em busca de novos indícios.
Fica evidente a motivação.
A bola já foi cantada desde quando o mouro moro prendeu um preso.
A jato a lava escorreu do vulcão dos corações odientos, encarregados de servir aos tiranos do mundo.
Quando há má intenção, qualquer desculpa serve.
A prova disso é querer penalizar um partido por doações que todos os outros receberam das mesmas empresas.
Isto é a execução fria e pontual de um roteiro.
Uma espécie de carta na manga, açodada pelas circunstâncias.
Depois de reunião social entre três agentes de uma trama, as ações combinadas são postas em prática, diante de resultados aguardados.
Reunidos Paulinho da Força, Gilmar Mendes e Eduardo Cunha numa amistosa confraternização, decidiram que está na hora de chutar o pau da barraca desta nação, custe o que custar. Não importam vidas, não importam sonhos. Não importa um belo projeto de país em andamento. Não importa o Sufrágio Universal. Eles querem, eles decidem. São bestaferas de egos inflados pelo excesso de poder. Consideram-se deuses do Olimpo, capazes de calar com os poderes da lei todos os que cruzarem o seu caminho.
Bastou o Cunha ser apontado pela PGR que entrou em cena o seu amigo Gilmar, com artilharia pesada, fazendo ver que realmente, quando se trata do mês de agosto não podemos respirar até o ato final dessa tragicomédia.
Escrevo isto agora sob o temor de que a fala venha a ser considerada uma calúnia pelos agentes aqui apontados. Nós somos proibidos de xingá-los. Nós não podemos apontá-los com todo o teor de nossa indignação, mesmo que os motivos sejam verdadeiros. É preciso mentir ou calar, jamais se expressar com naturalidade. A dizer o quanto nos causa ódio suas manobras "lícitas", suas literaturas jurídicas que não nos representam. Suas hipocrisias. Ah... É verdade, eu posso ser encarcerado por chamá-los de hipócritas.
Por que não pensam na harmonia da nação? Por que insistem nessas teses arbitrárias, esse fascismo subjacente que nos ronda insone... Deixem o Brasil de vez entregue à sua própria democracia. O voto exige respeito.
Gileno Araújo, sob ameaça de censura, para a TV Realidade.
