Apesar de que a mídia vem fazendo de tudo para blindar o PSDB, como ficou claro nessa manchete da Folha de São Paulo: "Doações de investigadas na Lava Jato priorizam PP, PMDB, PT e 'oposição'". Essa falta de interesse em continuar dando nome aos bois é a prova de que as investigações da Polícia Federal demonizam não apenas membros do PT e base aliada, como era interesse da grande mídia em fazer parecer, mas também do PSDB e PSB, também conhecidos como "outros".
Diz um ditado popular que "mais vale um pobre honesto que um rico ladrão", mas, ao que parece, ser ladrão virou prática tão comum entre os ricos que isto passou a ser considerado normal. Segundo um certo advogado de um dos lobistas 'Se não fizer acerto, ele não põe um paralelepípedo no chão'. Isto serve para avaliar o quão profundo é o problema da corrupção no Brasil. O quanto não está necessariamente associado a um único partido, mas a toda uma prática ilícita que vem abastecendo as contas bancárias de alguns dos representantes da "elite" nacional.
É certo que em alguns casos não se pode tirar conclusões definitivas sobre quem roubou o quê. Ou sobre qual prática ilícita vinha sendo executada por tal ou qual político ou empresário. Muitas dessas declarações bombásticas que envolvem políticos podem ser meramente a vontade de incriminar determinados partidos que é natural à mídia, ou por vingança dos depoentes, onde fica pendente a apresentação de provas.
Mas o que deve ser motivo de destaque é que num governo tucano essa audácia de investigar e mandar prender alguns dos homens mais poderosos deste país, os donos de empreiteiras, jamais teria acontecido. Isto nos faz ver que realmente vivemos um tempo de limpeza e renovação. Um tempo onde a complacência com as práticas ilegais no âmbito da administração pública está chegando ao fim. Um tempo onde a presidente da república afirma com gabarito e veemência que "não ficará pedra sobre pedra, doa a quem doer".
Parte dos revoltados contra o PT, que apesar de tudo ainda possui um mínimo de discernimento, já começa a perceber que o tamanho da calamidade é maior do que uma birrinha partidária alienada e conservadora de extrema direita. É uma chaga moral da estrutura econômica e política do nosso país.
Felizmente a operação Lava-jato aconteceu, felizmente ela prosperou e revelou o quanto ainda há a se reavaliar em nosso sistema político, o quanto é necessária uma reforma que possa blindar a república contra as práticas daninhas de quem não tem respeito com o que é do povo.
E o PT se sobressairá, não como o partido "responsável" pelos casos de corrupção na Petrobras, afinal são desmandos que já se arrastam desde os tempos de FHC, mas sim como o partido que manteve a orientação de que tudo deve ser investigado e tornado público, para que os responsáveis sejam punidos na forma da lei.
